A dança contemporânea pode ser mais bem descrita como uma dança pós-moderna. No Brasil, ela se firmou como um estilo próprio na década de 1990 e possui características bastante semelhantes ao moderno - tais como liberdade técnica, ruptura com a rigidez clássica, participação e interação dos bailarinos nas aulas e nas montagens coreográficas - mas apresenta outras características que lhes são peculiares.
Vivemos hoje em um mundo capitalista, pós-industrial e com enorme velocidade de informações. A dança contemporânea copia esse contexto atual e faz uma fusão entre vários estilos - moderno, hip-hop, street dance, clássico, jazz e outros – podendo agregar também técnicas diferenciadas, como a exemplo da Companhia Deborah Colker, que aplica acrobacia em várias de suas coreografias.
A idéia de que a arte reflete ou expressa a sociedade e o tempo em que se insere reproduz-se na dança. Assim como acontece em outras formas de arte, alguns dos principais definidores do que vem a ser o estilo contemporâneo (ou pós-moderno) são: fragmentação, multiplicidade, justaposição, repetição, uso constante de referências a épocas diversas, experimentação e ousadia em ironizar o modo de vida atual. Esses definidores ratificam a idéia de que a dança contemporânea vem a ser uma adaptação do moderno ao contexto atual e que, por isso, se diferencia quanto estilo. Ambos continuam a existir e a firmar suas idéias no cenário da dança mundial. Todavia, é importante lembrar que, embora os dois estilos estejam interligados em vários aspectos e que, por isso, muitos bailarinos possam vir a executar trabalhos em ambos, eles são distintos.
Camila do Amaral é bailarina e professora estagiária do Ária Balé
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