1a. parte
por Danielle Girotti Callas
Compor música, pintar, compor poemas, tocar um instrumento musical, interpretar uma personagem, escrever um roteiro de cinema, dirigir um roteiro, desenhar e costurar um figurino (vulgo “fantasia” no balé), dançar – diversas são as formas de “escape” das emoções e dos pensamentos humanos. A dança é, em primeira instância, a transmissão dos sentimentos através da expressão do corpo humano. É o estado do "ser". Dança-se até sem música, sem figurino adequado, sozinho, na chuva - as condições externas (som, luz, palco) podem intervir em um espetáculo que possui começo, meio e fim , contudo, na realidade a essência da dança vem da alma, sem começo, meio e fim. Tudo isso por ser movimento e sendo movimento é vida. Os movimentos permanecem no inconsciente. Até mesmo no balé de repertório - aqueles com coreografias montadas que vem sendo representados por diversos bailarinos há séculos - a música instiga certos movimentos da alma, mas cada alma, cada bailarino interpreta a coreografia e a música de uma maneira muito particular. Duas bailarinas, ou dois bailarinos, podem dançar a mesma música, a mesma coreografia, de formas completamente distintas
Tudo isso, para tentar mostrar que se deve enxergar além do movimento. A dança ao longo da história é capaz de descrever uma sociedade, uma política, um governante. Ela está diretamente relacionada ao folclore e à religião . Ela tem o poder de ser até um ato de denúncia e de protesto ou uma demonstração de alegria e de prazer.
Tudo isso, para tentar mostrar que se deve enxergar além do movimento. A dança ao longo da história é capaz de descrever uma sociedade, uma política, um governante. Ela está diretamente relacionada ao folclore e à religião . Ela tem o poder de ser até um ato de denúncia e de protesto ou uma demonstração de alegria e de prazer.
Pode-se dizer que a humanidade “sempre dançou” – desde a era primitiva até os tempos contemporâneos. Ressaltando que isso não significa que a humanidade sempre dançara de forma idêntica, nem com o mesmo objetivo. A natureza e a função da música variam conforme a época e o estado evolutivo das sociedades. No paleolítico a dança possuía um caráter mágico-religioso envolvendo um ritual que produzia diretamente os efeitos desejados – comemoração da chuva, da caça bem sucedida, da vitória ao combate. A dança era forma de comunicação com o sobrenatural. E, inclusive, algumas religiões asiáticas acreditavam na origem divina da dança. Algumas evoluções coreográficas, por serem interpretadas como ofensas, foram interditadas. Posteriormente, surgiu a dança que não possuía outro objetivo senão o do prazer em si. Nessa categoria, estão as danças da Grécia Antiga, as danças folclóricas e populares de diferentes sociedades e, inclusive, os bailes e as danças de salão.
(Danielle G. Callas é colunista da Revista do Autor - www.revistaautor.com.br; Renascence Ballet publica versão adaptada deste texto em postagens diversas)
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