Mikhail Baryshnikov se apresenta em São Paulo e prova, aos 62 anos, que a idade não é uma inimiga do Ballet
Ana Lucia Silva
"Não importa a idade." A frase é um lema para Mikhail Baryshnikov, lenda da Dança que, aos 62 anos segue nos palcos e se apresenta hoje, no teatro Alfa, em São Paulo, acompanhado da espanhola Ana Laguna, 54 anos. A apresentação está com ingressos esgotados.
Baryshnikov luta para provar que a carreira de um bailarino não acaba com o passar dos anos. É disso que trata o espetáculo Três Solos e um Dueto. "A peça é sobre uma reflexão do acúmulo dos elementos da vida."
O espetáculo viajou por Europa e EUA com versões diferentes. A de hoje será formada por quatro atos. Baryshnikov se apresenta sozinho em Valse-Fantasie e em Years Later, em que dança consigo mesmo graças a uma projeção de 40 anos atrás do próprio bailarino. Para completar, Ana dança Solo for Two e os dois se reúnem em Place.
Baryshnikov ainda tem uma exuberância e um corpo invejáveis. A idade aparece apenas nos cabelos grisalhos. Para prolongar a vitalidade corporal faz ioga, fisioterapia e não abandonou as aulas de Ballet. "Você luta com o seu corpo todos os dias. Dançar não é fácil, nem sempre prazeroso. Na verdade, é uma experiência dolorosa", afirma.
Baryshnikov não vinha ao Brasil desde 2007. Nascido na Letônia, que pertencia à União Soviética, pediu asilo político no Canadá nos anos 1970 e depois se naturalizou americano. Foi bailarino principal do American Ballet Theatre e, como ator, fez O Sol da Meia-Noite e foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante em 1978, por Momento de Decisão.
Destak, terça-feira, 19 de Outubro de 2002
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