A Festa Popular
Os clubes e agremiações do Carnaval de rua eram, em sua maioria, organizados de acordo com o ofício dos foliões. Tinha o Clube das Pás Douradas, Lenhadores, Vassourinhas, Caiadores, dentre outros. Era no Frevo de rua que essas pessoas se encontravam para festejar o Carnaval depois do trabalho.
Mesmo com o caráter proletário da festa, não tardou para o Frevo e o Carnaval de rua contagiarem também as elites, que desistiram das fracassadas investidas de tentar destruir a festa do povo. No entanto, a elite criou ao seu modo uma nova forma de brincar o Carnaval de rua, mas sem se misturar tanto com o povo. Eles desfilavam nas ruas, porém, dentro dos carros abertos. Este Carnaval ficou conhecido como Corso.
Foi só um passo para posteriores formas de elitização do Frevo que, na década de 1930, foi distingüido entre Frevo de Rua (só instrumental, com orquestra de metais), Frevo Canção (quando é incorporada letra ao Frevo de Rua) e Frevo de Bloco (mais lírico, muito mais lento e tocado por orquestra de paus e cordas). O Frevo de Bloco foi uma grande criação das elites que organizavam belas roupas e flabelos (tipo de estandarte usado pelos blocos líricos) para ornamentar os desfiles. Bloco das Flores, Bloco da Saudade, Bloco das Ilusões, O Bonde, Cordas e Retalhos e outros são belíssimos blocos líricos que até hoje desfilam pelas ruas do Recife no Carnaval.
Hoje, superadas as antigas brigas entre bandas e as divisões classistas do Frevo, o Carnaval de Pernambuco é um dos mais democráticos do país. Além do Frevo, quem vai ao Carnaval de Pernambuco pode conhecer outros ritmos como o Maracatu, o Maracatu Rural, a Ciranda, o Côco, o Caboclinhos e o Bumba Meu Boi. Pode também ver espetáculos como os Papangús de Bezerros e os Caretas de Triunfo. Todos eles, muito irreverentes e tradicionais, fazem a fama do Carnaval multicultural do Estado.
(in www.brasiledefato.com.br/v01/agencia/cultura/frevo-100-anos-de-ritmo-e-danca)
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