Como é seu trabalho com a companhia 'Nú Tempo'?
Como é uma companhia que ainda não tem patrocínio do Reino Unido não dá para trabalhar com dançarinos fixos. Atualmente eu trabalho com pequenos projetos. Se me convidam para coreografar um espetáculo para daqui a dois meses, eu chamo meus amigos que fizeram escola comigo, coreografo com eles e apresento.
Quais são seus planos para o futuro?
Eu fui convidado, em meio a diversos coreógrafos europeus, para apresentar em julho um espetáculo com 25 bailarinos, que farão um curso de quatro semanas e no final serão escolhidos cinco. Imagine a minha responsabilidade!? A pesquisa que eu estou fazendo aqui vai servir de material para esse trabalho que eu vou apresentar em Londres.
O que você acha que tem feito seu trabalho se destacar lá fora?
O motivo que me escolheram para coreografar esse show é justamente pelo fato de meu trabalho ser bastante eclético, com muita energia. Além disso uso muita coisa do Brasil, a capoeira, o gingado e jogo na dança dos ingleses. E é muito difícil coreografar para eles, porque o inglês não tem o nosso swing, nossa sensualidade. É por isso que meu trabalho está diferente, porque eu estou desafiando a coisa certinha dos ingleses. Eles são muito técnicos e, para mim, na dança o mais importante é ter alma e conteúdo.
Você acha que a originalidade de seu trabalho, de pegar coisas do dia-a-dia e introduzir na dança, está sendo utilizada por outros profissionais mundo afora?
Eu acho que não! Eu faço isso porque sou meio louco (risos). Na dança existe uma outra dimensão, existem outros caminhos para fazer as pessoas dançarem. Eu gosto de trabalhar com quem não dança. Inconscientemente já dançamos todos os dias. Se pararmos para pensar, só o fato de pegar um xícara já é um trabalho coreográfico. Lógico que tem a parte técnica, mas para trabalhar com iniciante acho que tem que ser por aí.
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