Em 1841, Jean Coralli e Jules Perrot criam Giselle, considerado o auge do Romantismo na dança e o maior e mais tradicional dos balés de repertório. Exigindo uma alta carga emotiva de suas intérpretes, ele consagrou a bailarina Carlota Grisi, que foi a primeira a interpretá-lo. O período Romântico, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Tal declínio, no entanto, não ocorreu na Rússia graças ao entusiástico patrocínio do Czar, que levou vários bailarinos e coreógrafos franceses a irem trabalhar com os russos. O francês Marius Petipa tornou-se coreógrafo-chefe e, durante sua estada na Rússia, criou célebres balés. Petipa sempre trabalhou com compositores e foi com Tchaikovsky que criou três dos mais importantes balés do mundo: A Bela Adormecida, Quebra-Nozes e O Lago dos Cisnes.
No final do século XIX, o ballet clássico foi considerado ultrapassado e mais uma vez entrou em decadência. Chegara o momento de outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Diaghilev. São Petersburgo, porém, não estava pronta para mudanças e ele decidiu mudar-se para Paris. Diaghilev levou consigo profissionais das Companhias Imperiais Russas. Os franceses os receberam muito bem e a crítica fez os melhores comentários em relação aos ballets que apresentavam. Em 1911, os russos foram convidados a voltar a seu país e Diaghielev formou sua própria Companhia, o Ballet Russo, começando uma nova era no ballet. Foi, portanto, graças a Diaghilev que a força da dança ressurgiu no ocidente, chamando a atenção do público e dos novos talentos que surgiram a partir de então.
A longa tradição do estilo clássico é um dos importantes fatores que o faz persistir até hoje. Mesmo apresentando uma história cheia de altos e baixos, sabemos que, apesar das novas danças e tendências, existe e existirá sempre um palco e uma grande platéia para os trabalhos imortais do ballet clássico.
Camila do Amaral é bailarina e professora estagiária do Ária Balé.
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