do Diário Digital
O funeral da bailarina Isabel Queiroz, hoje (tratava-se, na verdade, de ontém, dia 13) falecida aos 59 anos em Lisboa, realiza-se sexta-feira pelas 11:00 (horário lisboeta) a partir da Igreja de Nova Oeiras (arredores de Lisboa) para o cemitério de Oeiras, disse à Lusa um familiar.
O corpo da bailarina estará hoje à tarde em câmara ardente na Igreja de Nova Oeiras. Isabel Queiroz, que recebeu em 1985 o Prémio Nova Gente para a Melhor Bailarina do Ano, deixou os palcos em 1989, tendo dançado pela última vez em Liubliana, o bailado «Ghost Dances», da autoria de Christopher Bruce. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Ensaiadora e, em 1993, o de Mestra de Bailado. Três anos mais tarde deixou definitivamente a Dança.
O seu amigo e antigo bailarino António Laginha, director do Centro de Dança de Oeiras, afirmou que o fez «sem festas de circunstância ou despedidas programadas, deixou a Dança com a maior discrição». «Fê-lo como sempre conduziu a sua carreira e, como então me afirmou, não deu grande ênfase ao facto, pois achou natural dar o lugar a outros», recordou.
Laginha salientou à Lusa terem sido «muitos anos de uma vida dura e inteiramente dedicada à Dança com um trabalho pesado numa casa onde sempre se sentiu como na sua».
Se Carlos Trincheiras terá sido o coreógrafo que melhor a conhecia, segundo confidenciou António Laginha, Isabel Queiroz foi dirigida por «personalidades tão ilustres como Lifar, Dolin e Massine». Segundo Laginha, «porque tinha tudo aqui em casa e porque não teve ambição maior do que chegar à categoria da primeira bailarina em Portugal, foi ficando por Lisboa, desprezando uma muito possível carreira internacional».
Tendo iniciado estudos de Dança Clássica com a professora Ruth Asvin no Lisboa Ginásio Clube, aos 10 anos participou num curso com o professor Norman Dixon no Grupo Experimental de Ballet (GEB). Dois anos depois pisou o palco, pela primeira vez, no bailado «Quebra-Nozes».
Participa em vários bailados como «Homenagem a Florbela» (coreografado por Dixon) e «O Crime da Aldeia Velha» (Águeda Sena). Aos 16 anos integrou, como estagiária, o GEB do Centro Português de Bailado e, um ano depois, em 1965, faz parte do primeiro elenco do Grupo Gulbenkian de Bailado (GGB), quando a Fundação Gulbenkian chamou a si a administração da companhia.
Nesta altura, foi escolhida pelo coreógrafo escocês Walter Gore entre os melhores bailarinos portugueses.
Sob a direcção do croata Milko Sparemblek Isabel Queiroz dançou vários papéis principais em muitas peças estreadas no GGB. No Verão de 1968 como bolsista da Fundação Gulbenkian, trabalhou em Londres com vários mestres de renome.
Aos 30 anos, na temporada de 1977/1978, foi promovida a bailarina principal.
Isabel Queiroz trabalhou com coreógrafos como Carlos Trincheiras, Lar Lubovitch, Milko Sparemblek, Norman Walker, Christopher Bruce e Maurice Béjart.
(in http://diariodigital.sapo.pt/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário